segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Todo músico teve alguma influência... eu também!

Sempre me pego fazendo algumas listas das músicas e dos artsitas que mais me influenciaram em minha educacão musical. O engraçado é que sempre volto nos mesmos, e a cada dia que passa, menos agregados se juntam nessas listas.
Por fim, resolvi compartilhar um pouco dos artistas (ou CDs) que mais fizeram diferença e que mais influenciaram no meu crescimento musical.
Só uma observação, essa não é uma lista dos artistas que mais gosto, mas dos trabalhos musicais que mais causaram impacto na minha formação musical.


RITA LEE

Cresci ouvindo essa doida do rock brasileiro! Minha mãe era fã incondicional da Rita Lee, tinha todos os discos. Lembro de passar minha infância brincando de carrinho ao lado da caixa de som curtindo "Ovelha Negra". Por outras vezes, eu deixava de brincar para ficar lendo as letras das músicas nos antigos e saudosos LPs.
Sou fã da Rita Lee até hoje.




VAN HALEN


Antes mesmo de eu começar a estudar guitarra, quando ainda arranhava alguns acordes no violão, um amigo meu (que por um acaso era o primo da minha esposa – isso bem antes de eu conhecê-la) me apresentou os álbuns "1984", "For Unlawful Carnal Knowledgment" e o "5150". Eu não acreditava no que estava ouvindo, para mim era a melhor reprodução do que era fazer rock bem feito.
Desde lá, o Van Halen continua sendo uma das melhores bandas que já ouvi na vida, e sem dúvida, teve influência direta na minha maneira de tocar.




"FLYING IN A BLUE DREAM" (JOE SATRIANI) E "PASSION AND WARFARE" (STEVE VAI)



Em 1993, eu estava começando a tocar guitarra. Tinha deixado o violão de lado e, completamente influenciado por ver meus amigos montando suas bandas, comprei uma Dolphin Stratosonic (hahahahah!). A guitarra era um chumbo!
Um amigo me mostrou esses dois álbuns no mesmo dia. Eu nunca tinha ouvido falar desses dois caras completamente desconhecidos para mim. Música instrumental de guitarra... era algo que eu nem imaginava existir.
Lembro que quando ouvi esses dois CDs, fiquei tão embasbacado com as músicas, justamente por perceber que eram instrumentais e não fazia falta alguma ter vocal nelas. Por diversas vezes eu literalmente chorei tentando reproduzir nota por nota do que eu ouvia nesses CDs.
Por mais que qualquer guitarrista que cite Joe Satriani e Steve Vai caia no clichê, é inevitável não considerar que os caras fazem parte da história.





AWAKE (DREAM THEATER)



Tudo bem, mais um clichê guitarrístico!
Ouvi esse álbum em 1994 com o meu professor de música, na época. Ele tinha me mostrado o som dos caras porque estava tocando umas duas músicas com a banda dele. Se ficar atordoado é a melhor palavra para expressar o que senti, foi assim que fiquei.
Nunca pensei que fosse possível conseguir tanta perfeição técnica com músicas que fossem ao mesmo tempo marcantes.
O Dream Thater já lançou outras coisas legais, mas para mim, esse álbum marcou uma época. Eles ousaram não serem comerciais quando o comercial do rock era ser grunge.
Animal!




SLOW BURN (GLENN KAISER AND DARRELL MANSFIELD)



Em 1997, eu estava vivendo uma fase muito legal da minha vida, estava tentando conquistar o coração de uma princesa: minha esposa!
Estávamos num churrasco com vários amigos, e durante a noite em volta da fogueira, um colega colocou esse CD.
Musicalmente, eu estava há dois anos como autodidata, e naquela fase, estava descobrindo o blues. O que mais me chamou atenção nesse CD foi o fato dele ser 100% acústico (violão, bottleneck, gaita e vocal) e ainda assim não precisar de nenhum instrumento elétrico.
As músicas eram lindas, espetaculares. Pra mim, era a resposta de uma pergunta interior: "Será que não existe alguém que faça música falando de Deus, sem que essa soe como um louvor de igreja?".
E foi isso o que senti quando ouvi o som desses caras. A resposta da minha pergunta: Sim! Era possível fazer música de muita qualidade, muito original e ainda assim, falar de Deus sem parecer um culto.





BEFORE THESE CROWDED THE STREETS (DAVE MATTHEWS BAND)



Minha fase blueseira durou uns dois anos. No final de 1999, comecei a enveredar por aprender jazz/fusion. No início de 2000, eu tinha um amigo baterista que era um carioca muito gente boa. Esse cara foi o primeiro músico com quem tive afinidade que não era de formação rockeira, e isso foi muito bom para mim. Ele me apresentou muita coisa de jazz tradicional e de fusion moderno, certamente, coisas que me influeciam até hoje.
Mas, como ele percebia que eu estava numa transição musical, me apresentou uma das melhores bandas que eu acredito já ter passado nesse planeta: Dave Matthews Band.
O choque que senti ouvindo o CD "Before These Crowded The Streets" foi de uns 15.000 volts!
Um violão extremamente bem tocado, com um bom gosto de altíssimo nível. Os arranjos de violino, sax e flauta chegam a ser assustadores de tão bem feitos.
Esse CD, até hoje é referência de como uma banda pode ser criativa e carismática ao mesmo tempo.





UNPLUGGED (THE CORRS)



Em dezembro de 2001, eu estava com minha esposa em Israel. Estávamos num kibbutz na cidade de Safed, no norte do país. Numa certa noite, estávamos assinstindo o canal VH1 (que naquela época nem pensava em existir no Brasil), e vimos um documentário sobre uma família formada por três irmãs e um irmão, que faziam um pop de altíssima qualidade mesclado com a música tradicional irlandesa.
Foi paixão a primeira "ouvida". Nesse dia, nosso amor pela música celta nasceu.
Depois de ouvirmos The Corrs, passamos a consumir tudo o que encontrávamos sobre música celta, mas até hoje considero o álbum "Unplugged" um dos CDs mais perfeitos que já ouvi.
Cada vez que ouço a versão deles para "Little Wing", de Jimmi Hendrix, chego a pensar que quem fez o cover foi o próprio autor da música, de tão linda que ela ficou.
Esse álbum mudou muito sobre minha forma de compor música pop.




ONCE (GLENN HANSARD E MARKETA IRGLOVA)



Meu hiato até ser impactado por um trabalho que me fizesse rever meus conceitos musicais, demorou quase dez anos.
Na metade do ano de 2010, uma amiga chegou com esse filme e disse: "Ricky, você e a Jackie precisam assistir isso, lembrei muito de vocês quando ouvi as músicas".
Confesso que olhei para a capa do DVD e imaginei um filme romântico/meloso dos mais chatos que existiam... mas... ledo engano!
Assim que coloquei o filme e vi que era ambientado em Dublin (Irlanda), já me interessei. Quando começou a tocar a primeira música, o filme me ganhou.
Assisti esse filme umas seis vezes em dois dias, só para ouvir as músicas.
Que poder de composição era aquele que fazia algo tão lindo com harmonias tão simples? Que melodias eram aquelas, tão fáceis, mas que raramente queremos pensar em compor algo assim?
Lembro que fiquei alguns meses pensando porque alguém não tinha me apresentado esse filme antes de eu ter lançado o CD "Shine in the Darkness", do Tehilim Celtic Rock!!!!




"HEAVIER THINGS" E "BATTLE STUDIES" (JOHN MAYER)



A primeira vez que ouvi John Mayer, foi em 2008. Lembro que na época eu tinha achado interessante, mas era blues demais para o que eu procurava consumir naquele momento.
No final de 2009, eu estava fazendo a pré-produção do CD de um amigo, quando o baterista que tocava comigo me mostrou um DVD ao vivo do John Mayer. Aquilo já me animou, achei que valia a pena conhecer melhor.
No início de 2011, decidi que era tempo de reciclar minha musicalidade e minhas influências. Portanto, ouviria diversas coisas que em outras épocas eu recusaria.
Foi nessa fase de mudança que arrumei os CDs "Heavier Things" (2003) e o "Battle Studies"(2009).
Não foi a habilidade dele, como tremendo guitarrista que é, que me fez ficar atento. Mas foi a sua capacidade de compor um pop/rock de alta qualidade com influências que fugiam do estilo.
Considero o John Mayer um dos maiores nomes da atualidade, e cada CD dele tem uma peculiaridade. Mas seu timbre sempre impecável, suas harmonias muito bem colocadas e principalmente seu poder de composição, são uma aula para qualquer músico que quer enveredar por um lado mais comercial e ao mesmo tempo mais "cabeça", dentro desse estilo.