terça-feira, 15 de novembro de 2011

Você sabe curtir?

Acho engraçado ver pessoas que planejam uma super ultra viagem internacional. Gastam uma grana com isso, mas sempre volta reclamando de alguma coisa.
Também é interessante olhar pessoas que estão sempre viajando – seja aqui em terras tupiniquins, ou desfilando seu "tupiniquinglish" no exterior – e mesmo assim, toda viagem que faz é ruim e cheia de defeitos.
Honestamente, acho que quanto mais algumas pessoas têm (financeiramente falando), mais elas também têm para reclamar. O que para alguns seria um sonho de vida realizado, para outros é sempre uma tribulação.
Nem sempre algo ruim aconteceu no passeio. Muitas vezes, foi o simples fato da pessoa estar desanimada ou não estar curtindo de maneira legal aquele momento.
De qualquer forma, sempre tem uma reclamação.
Já viajei bastante, mas não tanto quanto algumas pessoas. Também não sou um cara com um histórico de visitas internacionais, por enquanto, o meu histórico ainda é curto.Mas aprendi uma coisa: o curtir e a diversão está dentro de cada um independente de onde você estiver.

Fico mais impressionado em ver pessoas que se divertem com a maior facilidade indo para uma injustiçada Praia Grande, com sua fama de brega (cidade do litoral sul paulista que recebe essa fama por ser de mais fácil acesso para pessoas de menor condições financeiras), do que com pessoas cheias de condições financeiras que voltam de viagens fantásticas, mas sempre cheias de lamúrias e tristezas.

Eu, minha esposa e nossas filhas, adoramos "bater perna". Vivemos de passeios baratos onde podemos nos divertir. Mesmo que esses passeios não passem de uma visita num jardim botânico ou numa padaria legal para tomar um café. Mais importante do que estarmos no lugar é o fato de estarmos juntos.
Um passeio ultra simples – que nem poderia ser chamado de passeio, pois fica perto de nossa casa – foi levar as meninas na entrada da Base da Polícia Florestal na Serra do Japi (área de preservação ambiental de Mata Atlântica). O que minha filha mais velha mais gostou naquele passeio, foi tomar a água que descia da cachoeira. Ela entendeu que o curtir e o se divertir estava dentro dela, não na beleza ou na fama do lugar.

Certamente, se a maioria das pessoas conseguissem olhar para si próprias e agradecer a Deus o fato de terem chances na vida para relaxar, deixariam de ver defeito em tudo e saberiam que a vida é um lugar muito melhor quando reclamamos menos.

Saber curtir não é para quem tem dinheiro, é para quem sabe viver.

sábado, 12 de novembro de 2011

Empresas do meio musical que sabem ousar

Nada mais legal do que sair do basicão.
Abaixo, algumas fotos de empresas de equipamentos musicais que souberam unir criatividade (às vezes com alguma cor ou formato) junto da excelente qualidade de seus equipamentos.

Quem disse que tudo tem que ser igual no mundo dos instrumentos e equipamentos musicais?


WHITE AND GREEN
Ok, sou suspeito em falar porque sou parceiro da marca e uso também. Mas sejamos honestos, que legal um amplificador verde no lugar do pretão comum, hein?





ORANGE
Em termos de originalidade, esses são os caras. Inovaram usando cor, anos atrás, na época dos Beatles!




GUITARRAS ZEMAITIS
Um absurdo de linda. Essas guitarras conseguem unir sonoridade e uma beleza em sua placa de metal que é sensacional.




GUITARRAS DE LATÃO
Uma vez, assistindo um programa de TV, vi o Andreas Kisser tocando essa guitarra. Ele disse que tinha ganhado na África do Sul, e era produzida dessa maneira por ser um instrumento barato. O mais engraçado é que mesmo sendo de um material simples, ela produzia um sonzão.

Esses são apenas uns poucos exemplos de que é possível criar e sair do óbvio dentro da indústria de instrumentos e equipamentos musicais.

Condicionados a não criar

Gosto de ver o lado criativo de Deus quando vou num aquário, por exemplo. É tanto peixe diferente, tantas cores, tantos formatos que chega a surpreender.
Desculpem-me os evolucionistas (se não quiserem desculpar, que se dane), mas não consigo não ver um Criador por trás de tanta diversidade.
O ser humano é criativo por natureza. Está nele, já veio no DNA.
Não existe alguém que não consiga um mínimo de raciocínio criativo até mesmo para as pequenas coisas do dia-a-dia. Um bebê de um ano consegue pegar um lápis e fazer alguns riscos.
Não tem como, é algo que flui.
Olhar crianças desenhando e aprendendo quando estão na fase escolar, chega a ser uma tese de doutorado. É impressionante o "cérebro esponja" que elas têm. A capacidade de guardar informações e depois transmiti-las acontece com uma facilidade assustadora.
Mas o que acontece que essa criatividade some?

Vamos trocar: ela não some, apenas atrofia.
O sistema de trabalho, os ganhos monetários e a concorrência desleal para que o ser humano permaneça em destaque, provoca uma briga e uma competitividade que faz com que a criatividade se aninhe num cantinho do nosso cérebro e não saia mais de lá.
Honestamente, não acredito no discurso vendido por boa parte das agências de publicidade que pregam um sistema de trabalho "free", com mesas de pebolim, Playstations, espaço de leitura e outras coisas. Sendo que na verdade esse é um "peixe" lindo por fora e podre por dentro.
Quando chego nessas agências tenho a sensação de que o ambiente é descolado, só que no fundo... é diferente.
Alguém me explica uma coisa, por favor. Que raio de ambiente descolado é esse onde pessoa tem que colar sua bunda na cadeira por pelo menos 9 horas por dia, tendo criatividade ou não, e se quiser "descontrair" vai jogar uma "meia hora" de pebolim?
Se o foco é um cérebro livre, que funcione e ative as ideias, permita ao criativo que está trabalhando fazer funcionar o seu cérebro longe daquele ambiente.
Ah... ...esqueci de uma coisa... tem prazo para entregar para o cliente, e se não entregar, perde dinheiro.

Esse é um exemplo do que considero como atrofiador do cérebro. Um sistema de trabalho onde simplesmente torna a pessoa nada além de um proletariado moderno. Ou seja, sai da linha de produção de fábrica mas entra na linha de produção do desgaste criativo.

Outro lugar interessante- é a música.
Música é algo completamente almático, surge das nossas emoções. Particularmente, não acredito nessa conversa de música espiritual, que recebeu do céu. Isso, na minha opinião é uma forma de espiritualizar uma composição para vendê-la como santa. Você compõe uma música sobre aquilo que te influencia, sobre aquilo que você vive e sobre o que você sente.
Claro, isso falando de quem compõe por prazer, e não como uma forma de vender canções jabaseiras. Acredite, existe linha de montagem de composição musical.
Duvida?
Pergunta para alguns compositores de sertanejo que fazem a fama no background dos artistas.

Voltando à questão criatividade, já faz um bom tempo que a música se tornou insípida e homogênea. Tudo é igual! É difícil saber quem é quem.
E porque esse atrofiamento criativo?
Porque mais uma vez, existe o fator grana envolvido. Não de uma forma legal, onde você recebe pelo seu esforço e isso se torna prazeroso. Mas de uma maneira competitiva e escravagista.
A música, atualmente, é composta para vender, tocar em rádio e ganhar prêmios. Foi-se a época onde música era sinônimo de pessoas criativas que expressavam suas ideias. Mas não gosto de pensar no passado, ainda existem alguns remanescentes produzindo coisas bem legais. Mesmo eles não sendo tão conhecidos. Um exemplo legal é o Derek Trucks Band.

O problema é que a mentalidade coletiva, aquela da escolha da massa já está nivelada por baixo. A grande maioria das pessoas têm um senso crítico completamente moldado por aquilo que consome. E o pior, não consegue abrir a janela do seu cérebro que pemita a entrada de um novo vento.

Participar de louvor de um culto, por exemplo, tornou-se algo pavoroso. Parece que o mundo das igrejas ouve as mesmas músicas, canta as mesmas letras e consome as mesmas coisas.
No mundo delas só existem os mesmos artistas (se é que pode se chamar assim) de sempre.
Cérebros não são bem-vindos e criatividade não tem lugar.

Por quê?
Óbvio. Se você aparecer com algo diferente, que não tenha uma composição harmônica/melódica sentimentalista que capte a emoção do sujeito que vai cantar, não tem como deixar o culto mais espiritual.
E aí, pegamos algo errado: é uma espiritualização completamente movida pela emoção do fulano que está cantando. Em outras palavras: pura emoção, porque de espiritual não tem nada.

Enfim.
Esses exemplos servem para mostrar como nosso cérebro tem sido condicionado a não criar e não pensar. Como somos massificados em nossas ideias e nem percebemos isso!

Infelizmente a cultura moderna de nosso mundo globalizado e capitalista alcança todas as áreas sociais (cultura, religião, arte, trabalho, música, educação etc). Esse alcance faz de tudo para nos tornar um. Um mesmo cérebro fácil de comandar.

Pense no seguinte, de fato você é um. Mas você é um que foi criado como único e não como número de uma massa de manobra.
Acredite, essa massa cinzenta pode estar adormecida, mas ela tem um lado direito desesperado de vontade de criar.